LIVRES
PARA O CRIME
O
Brasil vive uma onda desenfreada de violência. Os cidadãos de bem, hoje, vivem
enjaulados reclusos em suas próprias residências. O que está acontecendo é que muitos
dos crimes hediondos estão relacionados aos criminosos com idade inferior à
chamada maioridade penal e por esse motivo muitos criminosos não são
devidamente punidos, deixando de receber o rigor do Código Penal
Brasileiro. Para ilustrar, partimos do
fato de que, há poucos dias, a imprensa noticiou a morte de um jovem de 19 anos, alvejado
com um tiro na cabeça durante um assalto em frente ao prédio onde morava em São
Paulo, no mês de abril do ano passado. O ladrão era um adolescente de 17 anos.
O menor se entregou à polícia um dia depois, quando completou 18 anos. O fato
de ter 17 anos quando cometeu o crime o impediu de ser julgado pela justiça
comum.
Entretanto, nos Estados
Unidos, no início de 2005, a Justiça da Carolina do Sul
condenou Christopher Pittman a 30 anos de prisão pelo assassinato de seus avós,
quando ele tinha 12 anos, em 2001. Pittman ficou recluso numa detenção juvenil
até completar 17 anos (maioridade na Carolina do Sul) e hoje cumpre pena na
cadeia.
Observamos
um paradoxo em relação às medidas punitivas a aplicadas nos Estados Unidos a um
jovem de 12 anos e no Brasil o privilégio de um jovem de 18 anos que tira a
vida de um inocente, e por se enquadrar em uma determinada faixa etária, quando
cometeu o crime, este não recebe uma punição “proporcional” ao crime que
cometeu, mesmo sendo adulto.
Há
também uma disparidade entre os números de homicídios no Brasil e nos Estados
Unidos Americanos. De acordo com dados da Organização Nações Unidas em 2012, o
Brasil tem uma taxa de homicídio de 21/100.000 e nos Estados Unidos de 4,2/100.000,
ou seja, onde a pena é mais dura, a taxa de homicídio é cinco vezes menor.
Embora, haja uma parcela da população que ainda
defenda a não a redução da maioridade penal, acreditando que esta não seja uma
saída para resolver o problema da violência juvenil. Justificam esse ponto de
vista, com números e estatísticas, defendendo que os delitos cometidos por
adolescentes, apenas correspondem a menos de 10% do total de crimes cometidos
no País e não constituem o foco de criminalidade no Brasil. Todavia, eles
deixam de mencionar que o número de homicídios dolosos cometidos por
adolescente em 2012, foi de 5.338, além dos 2.555 homicídios
culposos de trânsito (dados dos relatórios anuais das secretarias de segurança
pública dos estados brasileiro no ano de 2012).
Não
podemos deixar de defender a diminuição da maioridade penal, principalmente em
relação aos crimes contra a vida. É inaceitável que um ser humano, se se pode
chamar de humano, tire a vida de outro e não receba uma punição proporcional ao
crime que cometeu.
A
não punição é um incentivo à criminalidade. É um desestímulo ao trabalho
policial e será sempre um convite ao crime. É essa falta de estímulo que comprovamos
ao necessitarmos de uma equipe policial para nos auxiliar em ocorrências envolvendo
criminosos amparados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. E comumente
ouvimos a mesma declaração policial: “Mesmo que nós o prendamos ele sairá da
delegacia antes da equipe policial”.
Não
obstante, é comum vermos nos noticiários que quadrilhas formadas por
adolescente, se utilizam desse “subterfúgio” – ECA – para cometerem diversos
crimes. Com a certeza da impunidade, eles matam dolosamente (reincidem nesse
ato por várias e várias vezes), roubam, latrocinam, traficam e estupram,
seguros de que a lei os beneficiarão e que, no advento da maioridade penal e
nos moldes da legislação vigente, esses crimes serão desconsiderados em caso de
novos crimes, ou seja, depois de uma infinidade de crimes na adolescência serão
novamente réus primários.
Portanto
a redução da maioridade penal traria uma queda dos índices de violência: bandido
preso não rouba; bandido preso não mata; bandido preso não lidera quadrilha;
bandido preso não serve de referência ou incentivo para outros que possam
cogitar entrar no mundo crime.
A
sociedade brasileira não pode mais continuar refém dos inimputáveis.
Claudio
Lima
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